Tigre, tigre que flamejas
Nas florestas da noite.
Que mão que olho imortal
Se atreveu a plasmar tua terrível
simetria ?
Em que longínquo abismo, em que
remotos céus
Ardeu o fogo de teus olhos ?
Sobre que asas se atreveu a
ascender ?
Que mão teve a ousadia de
capturá-lo ?
Que espada, que astúcia foi capaz
de urdir
As fibras do teu coração ?
E quando teu coração começou a
bater,
Que mão, que espantosos pés
Puderam arrancar-te da profunda
caverna,
Para trazer-te aqui ?
Que martelo te forjou ? Que cadeia
?
Que bigorna te bateu ? Que poderosa
mordaça
Pôde conter teus pavorosos terrores
?
Quando os astros lançaram os seus
dardos,
E regaram de lágrimas os céus,
Sorriu Ele ao ver sua criação ?
Quem deu vida ao cordeiro também te
criou ?
Tigre, tigre, que flamejas
Nas florestas da noite.
Que mão, que olho imortal
Se atreveu a plasmar tua terrível
simetria?
Analisando tal poema, podemos tirar várias conclusões, uma delas seria que segundo William Blake, Deus fez o cordeiro, mas também fez o tigre, deste modo, não há luz sem escuridão, não há vida sem morte. Blake dizia que seu trabalho envolvia muitas visões religiosas e não era comum retratar assuntos do dia-a-dia. William Blake cinco anos após a produção de O Tigre fez o poema O Cordeiro. Pode-se dizer que ambos os textos se complementam pelo fato de que em o O Cordeiro, é mencionado a inocência criada por Deus fazendo parte da natureza, em O Tigre temos a criação da maldade e a inserção dela na natureza.
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